quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A hora do lavatório

Nada mais desagradável do que sair do salão de beleza descontente. Pior ainda quando o motivo da insatisfação não é corte ou coloração, mas o mau atendimento no lavatório. É verdade que ninguém anda por aí em busca da lavagem perfeita. Contudo, esse é um serviço que faz toda a diferença e nem é tão básico assim, pois além da lavagem, ali também são feitas hidratações, mechas e aplicados tonalizantes. E, claro, cabeleireiro bom não quer perder cliente por um incidente no lavatório. Para evitar esse risco, veja algumas dicas.

De acordo com Helder Falcão, especialista em beleza do Senac Rio, a primeira regra é não dar aquele banho na cliente. “Proteja o pescoço da pessoa com uma toalha, que irá bloquear a passagem da água”, ensina. O cabeleireiro Thiago Braga, do salão Na Bahia, incrementa esse método com um plástico. “Usamos o próprio saquinho da toalha, que bloqueia também a umidade”, conta.

O passo seguinte é acomodar bem as costas na cadeira, de modo que o pescoço encaixe na cuba. Nesse momento, certifique-se de que a cliente está confortável. Caso contrário, sua circulação sanguínea pode ser prejudicada. “Se for um processo muito demorado, peça para que ela saia um pouco da cuba, assim evitamos alterar sua circulação”, ensina Helder Falcão.

Um bom investimento no salão para tornar a hora do lavatório mais agradável é trocar os modelos antigos por aqueles com cuba móvel, já que eles permitem uma regulagem conforme a altura de cada pessoa.

Mão na massa
Se o cabeleireiro não tiver certos cuidados, registro aberto vira sinônimo de água para todos os lados. E não há toalha e nem saquinho plástico que segure. Segundo Helder, uma das regras é proteger o ouvido para não entrar nem água e nem espuma. “Fica muito deselegante enfiar o dedo na orelha da cliente para tirar esses resquícios de produto”, brinca.

O cabeleireiro Thiago Braga sempre ensina a sua equipe de auxiliares a enxaguar até o limite do cabelo para não estragar a maquiagem. “É preciso impedir a todo custo que a água escorra para o rosto, assim como evitar passar o dedo na testa”, explica o especialista.

Depois de proteger as costas com a toalha, está na hora de testar a água, que não deve nunca ser aplicada diretamente na cliente. Uma norma básica, mas que vale a pena destacar, é a aplicação do xampu, que deve ser feita na medida certa, principalmente em cabelos ressecados. “Evite o excesso de produto em fios danificados para não prejudicar ainda mais a saúde das madeixas”, afirma Thiago.

Outros itens indispensáveis: o xampu deve sempre ser friccionado entre as mãos antes de ser aplicado, e o condicionador não deve chegar nem perto da raiz, caso contrário pode causar seborreia. “Mantenha 10 centímetros de distância, aplique sempre na direção das pontas, enluvando”, explica Helder Falcão. Nos curtos, tente passar o produto somente nas pontas.               

Spa para os cabelos
Para transformar a hora do xampu em um spa para os cabelos, reserve um tempo para massagear o couro cabeludo enquanto lava as madeixas. “É como uma graça para a cliente enquanto o xampu age. Elas adoram”, conta Thiago.O uso de unhas está terminantemente proibido. Inclusive, é indicado mantê-las aparadas.

O bate-papo com os colegas também deve ser evitado. “A lavagem é uma oportunidade para relaxar, e não só lavar. Uma conversa paralela prejudicará o momento relax”, explica. Conversar com a cliente só é indicado se ela der abertura. Em casos de clientes silenciosas, comunique apenas os passos que estão sendo feitos.

Serviço malfeito é desserviço
Pontas duplas
Uma das causas das detestáveis pontas duplas é a lavagem malfeita. Alguns cabeleireiros esfregam as madeixas como se estivessem lavando roupa. “Esse atrito de fio com fio faz muitos nozinhos que causam tricorrexe nodosa, as pontas duplas”, explica Helder Falcão. De acordo com o especialista, quando isso acontece, a proteína não consegue ultrapassar esse nó e se acumula. Daí surgem as duas pontas. “Sempre puxe para o mesmo sentindo, enluvando o cabelo.”

Molhou a cliente, e agora?
Ignorar o incidente só piora a situação. Ainda mais quando, por descuido, a água escorrer e molhar totalmente as costas da cliente. “Peça desculpa e faça uma brincadeira para descontrair, dizendo que 'o banho é cortesia da casa'”, ensina o cabeleireiro Thiago Braga. Em caso de manchas, vale também oferecer para pagar a roupa: “Geralmente, as clientes entendem que você reconheceu o deslize e não aceitam a oferta”.               

Fonte: Revista Cabelos&Cia

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